sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Rosto de Gary Cooper


" (...) Gary Cooper é um ícone incontestável, por outro é e sempre foi um canastrão de marca maior – desde os papéis da juventude, como vi recentemente em O Cowboy e a Grã-Fina, até no final da vida, sempre interpretou um único personagem, ele próprio, um ator que sabe fazer duas ou três caretas e nada mais que isso. (...)

e me espanto com a firmeza com que desanquei uma das figuras mais marcantes de toda a história do cinema, que atuou com praticamente todos os grandes cineastas americanos e/ou que trabalharam no cinema americano. Não que eu ache hoje Gary Cooper um grande ator – mas me assusta a falta de meio tons, a assertividade tão grande, plena, absoluta. Parece coisa de garoto, ou de crítico da Folha, o que mais ou menos dá no mesmo.  
Dou uma olhada no respeitável The International Dictionary of Films and Filmmakers – Actors & Actresses. O imenso verbete sobre Gary Cooper tem o cuidado de dividir sua extensíssima carreira – mais de cem filmes! – em seis diferentes períodos.                                                                                                
Vale a pena transcrever o final do verbete, de autoria de um Stuart Kaminsky:

“É talvez apropriado que os dois Oscars de Cooper (por Sargento York e Matar ou Morrer) tenham sido de dois períodos diferentes, um no qual ele era o herói otimista do passado e o outro em que era o pessimista que lembrava o passado. De fato, mais de 60 dos filmes de Cooper tinham sua ação desenrolada no passado. Ele pode ter sido premiado pelo que representava na nossa história e nossa cultura e tanto quanto pela sua atuação em si.



Como disse um crítico, o rosto de Gary Cooper era o mapa dos Estados Unidos. 
Nele, líamos nosso passado. Poderíamos gostar ou não, mas não poderíamos deixar de ver o homem marcante que o representava.”


fonte    http://50anosdefilmes.com.br/2004/retorno-ao-paraiso-return-to-paradise/

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