domingo, 24 de abril de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
OdeAsRegras
Regra nº. 2 - Escolha um texto de sua preferência, vá a uma loja de departamento, escolha um look completo e ao vesti-lo no provador, abra a porta e comece a recitar o texto em voz alta.
Regra nº. 3 - Durante um dia inteiro, anotar num caderno, palavras e frases que ouvir e julgar necessário escrever.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
quando fui ao banco
odeio pegar filas em lugares frios
e sempre que estou em uma fila
tenho vontade de que tudo vire um musical
e eu começo a cantar e dançar, contagiando todo mundo
e ai quando a musica acaba, todo mundo volta pra fila
como se nada tivesse acontecido
então a regra é
entrar em uma fila e não apenas esperar
cantar alto ou ate mesmo dançar
se divertir
passar um bom tempo e depois partir.
logo em seguida, sai do banco e fui em direção à parada de ônibus
gosto de andar na rua principalmente em dias chuvosos
e observar o rosto das pessoas
e eu estava concentrado fazendo isso
quando um rosto que eu não observava se aproximou
e me disse "Jesus te ama"
era uma senhora baixinha colorida
e ela não parecia ser crente, religiosa e tal
ela era isso, colorida
quase que eu não entendi o que ela disse
só devolvi o olhar e prossegui
mas ainda escutei a voz dela ficando pra trás dizendo
"É verdade!"
"valha" pensei porque ela acha que eu não acredito
e o que a fez sair no meio da rua chuventa e dizer
prum desconhecido aquilo?
Então eu vou sair no meio da rua e dizer a um desconhecido algo em que acredito
[coisas que gosto, coisas que odeio]
Um Curta Metragem de 1987 do diretor Jean-Pierre Jeunet, o mesmo de Amelie.
Um personagem narrando coisas que gosta e que não gosta.
Dele que deve ter surgido os prazeres de Amelie Poulain.
Curiosidade o ator Dominique Pinon, participou de todos os filmes do Jeunet
sábado, 16 de abril de 2011
Oderegras
Tarefas:
Tarefa 1: Observar os cães enquanto ladram em grupo.
Tarefa 2: Observar como são os cães com seus donos.
Regras para trocar:
Regra nº 1: Assistir a desfiles de moda e observar os rostos do(a)s modelo(a)s e os rostos dos espectadores.
Regra nº 2: Pentear-se, olhar-se no espelho. Enquanto se penteia observar todos os movimentos deste ato. Fechar os olhos e sentir essa ação.
Regra nº 3: Enquanto espera o ônibus, de posse de óculos escuros, cantarolar uma música qualquer. Observar a reação de quem te olhar, de modo que este não veja que você também o observa.
Regras que eu não gosto e cumprir:
Acordar cedo quando durmo tarde;
Esconder a garrafa de água mineral quando entro em salas de espetáculo.
Regras que gosto de cumprir:
Dar bom dia aos cobradores de ônibus;
Pedir a benção à minha mãe quando vou dormir.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Regra no. 6 - Ouvir as interrupções em meio a debates.
Na quarta-feira, assisti a tv assembléia. Em seis de abril de 2011, na 33a sessão extraordinária - segundo expediente - 1a sessão legislativa da 28a legislatura.
Em pauta: mobilidade urbana, reordenamento da praia do futuro. O deputado Carlomano Marques ao ser interrompido, fala mais alto. Aumeta o tom mais e mais. Pára. Eles tem 15 minutos para falar. O sino toca e pára. O clima é tranquilo na Assembléia. Fim de sessão.
regras diantônicas
regra 5
regra 4
quarta-feira, 13 de abril de 2011
OdeÀsRegras
Regra no. 2: Ver e ouvir Steve Reich: http://www.youtube.com/watch?v=FcFyl8amoEEE
Regra no. 3: Vaiar o nascer e o pôr-do-sol: http://www.youtube.com/watch?v=r_7hzkdONlY
terça-feira, 12 de abril de 2011
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Regras para os atores no. 3 - Ouvir passeatas ou manifestações políticas
Para entender melhor o caso Bolsonaro: http://www.youtube.com/watch?v=l3m4nhtxLl4
a obscena senhora D (fragmentos) - hilda hilst
Nossa! o que há com o teu peru?
por Hilda Hilst
Espírito natalino é um saco preto, hordas de delinqüentes, turbas de atoleimados te exigindo caras, posturas, o riso alvar, cestas, granas e tu mesmo basicamente arruinado, e criancelhas peidando adoidadas, escoiceando os ares, e mãezinhas num azáfama de um cair de tarde bordelesco, pra lá pra cá, e Jeshua entregue às traças, imagine o arrepio do Divino vendo o trotoar dos humanos, enchendo as panças, arrotando grosso, chupando os dentes, enchendo as latrinas, as mandíbulas sempre triturando, e o nenen lá na manjedoura, entre a vaca e o jumento... Que pai é esse que manda o filho pra um planeta de bosta como é a Terra... Se fosse um bom pai, o filho teria encarnado num corvo, a gente só ficaria olhando lá pro corvo nas alturas e dizendo: olha lá o divino, olha que lindo! E o divino com asas, só de nos ver de longe se escafederia, tem dó, pai, aquela gente não, por favor, pai, Abracadabra, pai, me transforma em fumaça, em rojão, em poeira, mas me afasta daqui, me afasta!
E aquele médico bonzinho que arrancou os olhos do Einstein e pôs no vidro e agora vai vendê-los por cinco milhões de dólares! Meu Deus, meu Deus, e o olho tristíssimo (porque viu muito e muito compreendeu) lá no vidro zoiando...
Sim, é verdade, eu tenho medo das gentes, pra dizer a verdade eu me cago de medo das gentes! O que eu tenho visto de pulhas, de máscaras atadas dia e noite sobre umas caras de pedra... O que eu tenho visto de mesquinharia, de crueldade, de torpeza, de estupidez... Que Natal? Que Natal? mudou o quê depois do nascimento do bebê?
"Óia a véia de novo enfezada! E até sendo paga pra escrevê só mardade! E nóis aqui no bem-bom comendo esses pardá, essas rola e esse gato gordo da vizinha! e que que tem cagá? que que tem rrotá? e chupá dente num é bom? e pur que ela chama a gente de delinquente? que que é horda, hen? e turba? E querê que o divino seja corvo, ó dotô, manda prendê essa muié, que eu até esqueci de fritá os ovo do menino Josué, também que que tem, é Natar e ele já tava morto!" Bom dia! Bom almoço!
(Esta crônica está incluída no livro "Cascos e Carícias", da editora globo .)
Banqueiros, editores e pinicos
uma crônica de Hilda Hilst
Aos 79 anos e perneta, ela matou a pinicadas (golpes de pinico) o velhote (seu marido), quando ele se jactava de antigas façanhas sexuais, enquanto ela apenas mancava solitária pela casa. Onde foi isso? Na aldeia de Mókroie? Em Londres, gente! Há duas semanas atrás. Que vitalidade! Que altaneria! E que rabugice! Se fosse comigo, aos 79, eu apenas anotaria, quase sucinta, no meu diário: John, ontem à noite, contou-me deliciosas aventuras e acho que fez muito bem, porque convenhamos, com o meu coto é difícil manter-me no coito em equilíbrio.
Aos 79 gostaria de loquear um pouco. É bom ser estranho e velho. Que menina medonha! É sua filhinha, é? E esse é seu marido? Ahhh... então é por isso! Coitaaaada! E talvez colocasse um balde na cabeça à guisa de chapéu, como aquela baronesa Elza von Fretag von Loringhoven que também enfeitava a cara com selos... e morava no mesmo bairro onde moravam Henry Miller e June. Eu andaria com o meu balde e desenharia lindas borboletas na minha cara, aqui mesmo, na minha torre de capim. E vou dizer muitas verdades a alguns, principalmente àquele meu amigo banqueiro, riquíssimo (aliás acho que vou dizer agora) a quem pedi que editasse meu livro como brinde, no seu banco, e ele disse: você é mesmo boba, Hilda, ninguém mais lê poesia... Eu disse: mas você era tão sensível e gostava tanto de poesia e é filho de um poeta... Ele: agora eu só sou sensível depois das nove da noite. E eu deveria ter dito a ele o que vou dizer agora: e se eu te chupar a bronha depois das nove da noite, te sensibiliza e você edita? Só que aos 79 ia ser melhor porque eu estaria sem dentes... Ah, banqueiros, meus amigos, caixão não tem gaveta, viu? Ah, o que eu tenho visto de avareza e hostilidade quando estamos na dureza! Como é triste ser avarento quando se é velho e rico! Ou só como é triste ser avarento! E como é sórdido ser avarento com os poetas. E agora vou terminar com um poema porque já estou espirocando de ódio em relação a banqueiros e editores e a crônica foi pras picas. P.S. Querem saber? Acho que a velhota fez bem. E já vou comprar o meu pinico. Ninguém vai notar uma velhota aos 63 entrando no banco ou na editora com um pinico na sacola.
Enquanto faço o verso, tu decerto vives.
Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.
Dirás que sangue é o não teres teu ouro
E o poeta te diz: compra o teu tempo
Contempla o teu viver que corre, escuta
O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te falo.
Enquanto faço o verso, tu que não me lês
Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala.
O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas:
"Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas".
Irmão do meu momento: quando eu morrer
Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo:
MORRE O AMOR DE UM POETA.
E isso é tanto, que o teu ouro não compra,
E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto
Não cabe no meu canto.*
* "Poemas aos homens do nosso tempo" in Júbilo memória noviciado da paixão. SP: Massao Ohno. 1974.
(Segunda-feira, 08 de Março de 1993)
domingo, 10 de abril de 2011
Delicatessen
- Crônica de Hilda Hilst para o Correio Popular de Campinas-SP -
Você nunca conhece realmente as pessoas. O ser humano é mesmo o mais imprevisível dos animais. Das criaturas. Vá lá. Gosto de voltar a este tema. Outro dia apareceu uma moça aqui. Esguia, graciosa, pedindo que eu autografasse meu livro de poesia, "tá quentinho, comprei agora". Conversamos uns quinze minutos, era a hora do almoço, parecia tão meiga, convidei-a para almoçar, agradeceu muito, disse-me que eu era sua "ídala", mas ia almoçar com alguém e não podia perder esse almoço. Alguém especial?, perguntei. Respondeu nítida: "pé-de-porco". Não entendi. Como? "Adoro pé-de-porco, pé-de-boi também". Ahn... interessante, respondi. E ela se foi apressada no seu Fusquinha. Não sei por que não perguntei se ela gostava também de cu de leão. Enfim, fiquei pasma. Surpresas logo de manhã.
Olga, uma querida amiga passando alguns dias aqui conosco, me diz: pois você sabe que me trouxeram uma noite um pé-perna de porco, todo recheado de inverossímeis, como uma delicadeza para o jantar? Parecia uma bota. Do demo, naturalmente. E lendo uma entrevista com W. H. Auden, um inglês muito sofisticado, o entrevistador pergunta-lhe: "O que aconteceu com seus gatos?" Resposta: "Tivemos que matá-los, pois nossa governanta faleceu". Auden também gostava de miolo, língua, dobradinha, chouriços e achava que "bife" era uma coisa para as classes mais baixas, "de um mau gosto terrível", ele enfatiza. E um outro cara que eu conheci, todo tímido, parecia sempre um urso triste, também gostava de poesia... Uma tarde veio se despedir, ia morar em Minas... Perguntei: "E todos aqueles gatos de que você gostava tanto?" Resposta: "Tive de matá-los". "Mas por quê?!" Resposta: "Porque gatos gostam da casa e a dona que comprou minha casa não queria os gatos". "Você não podia soltá-los em algum lugar, tentar dar alguns?" Olhou-me aparvalhado: "Mas onde? Pra quem?" "E como você os matou?" "A pauladas", respondeu tranqüilo, como se tivesse dado uma morte feliz a todos eles. E por aí a gente pode ir, ao infinito. Aqueles alemães não ouviam Bach, Wagner, Beethoven, não liam Goethe, Rilke, Hölderlin(?????) à noite, e de dia não trabalhavam em Auschwitz? A gente nunca sabe nada sobre o outro. E aquele lá de cima, o Incognoscível, em que centésima carreira de pó cintilante sua bela narina se encontrava quando teve a idéia de criar criaturas e juntá-las? Oscar, traga os meus sais.
(Segunda-feira, 1 de março de 1993)
A arte do insulto
Como deixar de ser um insciente
e um pisa-mansinho na hora de
xingar o próximo
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Cinco verbetes do Dicionário Brasileiro de Insultos CATRUMANO – Pessoa rústica, acanhada, do tipo "bicho-do-mato". FRANGALHONA – Mulher que não se cuida, que anda mal vestida, sem preocupação com a aparência. Desmazelada, maltrapilha. POMBOCA – Pessoa inútil, fraca. QUIQUIQUI – Aquele que fala mal, que titubeia demais. Gago. SALTA-POCINHAS – Sujeito saliente, cheio de afetação, trejeitos e de requebros ao andar. |
sexta-feira, 8 de abril de 2011
O Rosto de Gary Cooper
" (...) Gary Cooper é um ícone incontestável, por outro é e sempre foi um canastrão de marca maior – desde os papéis da juventude, como vi recentemente em O Cowboy e a Grã-Fina, até no final da vida, sempre interpretou um único personagem, ele próprio, um ator que sabe fazer duas ou três caretas e nada mais que isso. (...)
Como disse um crítico, o rosto de Gary Cooper era o mapa dos Estados Unidos.
Nele, líamos nosso passado. Poderíamos gostar ou não, mas não poderíamos deixar de ver o homem marcante que o representava.”
fonte http://50anosdefilmes.com.br/2004/retorno-ao-paraiso-return-to-paradise/
segunda-feira, 4 de abril de 2011
programação semana 1
09.04 (sáb.) - apresentação da instalação multissensorial brEu (espaço cadaFalso - 20h)
domingo, 3 de abril de 2011
O projeto Insulto ao Público, intercâmbio artístico entre o grupo Teatro Máquina e o Projeto Cadafalso, é uma proposta de pesquisa e de produção artística em multilinguagens : teatro, performance, artes visuais e literatura, a partir do texto dramático Insulto ao Público, do autor Peter Handke, obra escrita na década de 1970, que propõe uma situação conflituosa entre atores e espectadores, em que o espaço cênico é o personagem principal, com discurso apoiado na cisão entre palco e plateia, questionando a estrutura do teatro convencional, redimensionando o papel do espectador e explorando, para isso, elementos importantes como tempo e espaço.